Já que neste período estamos passeando pelo Perú, o IME resolveu que encontraria alguém que já tinha ido até lá para nos relatar algumas de suas experiências neste país que já deu pra perceber, tem grande diversidade cultural. Para essa empreitada convidei Ciliana Colombo, Engenheira civil e mochileira nata, poderia dizer até louca pelo mundo, para nos contar sua recente experiência no Perú.
Cathe (IME Violão): O que te fez querer ir ao Perú?
Ciliana:Era uma vontade antiga, desde que li o diário de viagem de um amigo e, nesse momento, foi por ter companhia para a viagem. Além de que eu gosto muito de lugares antigos, da paisagem com montanhas que o Peru tem muito, da música peruana, principalmente do som dos instrumentos de lá.
Cathe (IME Violão): Quais os lugares que você passou?
Ciliana: Eu visitei Lima, a região de Cusco, Puno e alguns lugares em Ancash e La Libertad.
Cathe(IME Violão): E Machu Picchu, você não conheceu?
Ciliana: Não falei antes, porque Machu Picchu fica na região de Cusco. Nessa região tem vários sítios arqueológicos, além da própria cidade de Cusco.
Cathe(IME Violão): Quais sítios que você visitou?
Ciliana: Em Cusco fui para, Qoricancha, que está dentro da cidade de Cusco, Q’enqo, Pukapukara, Saqsaywaan e Tambomachay que estão nos arredores. Esse passeio foi feito em uma tarde! Outro passeio que fiz foi ao Vale Sagrado, onde visitei os sítios de Chinchero, Ollantaytambo e Pisaq, esse passeio durou um dia inteiro, porque era um pouco mais longe de Cusco. Estes passeios são pacotes oferecidos por agências de turismo. Mas, eu visitei, ainda, sítios que não são muito conhecidos e, para os quais as agências de turismo não oferecem pacotes e requerem transporte individual, que são: Tipón, Pikillacta e Andahuaylillas. Ainda saindo de Cusco fui para Machu Picchu.
Cathe(IME Violão): E depois de Cusco, você foi para onde?
Ciliana:De lá segui para Puno, que é onde existe o lago Titicaca, lá eu visitei a Ilha Taquile e as Ilhas Flutuantes, onde vivem os “Uros”.
Perto de Puno, fui ao complexo arqueológico onde estão as Chullpas ou Pucullo, que são espécies de depositários de cadáveres.
Cathe(IME Violão): Você falou quer foi mais ao norte, onde exatamente?
Ciliana:Fui para a região de Ancash, na cidade de Huaraz de onde podia ir para o sítio arqueológico de Chavín de Huatar. E no mesmo passeio passei pelo Lago Querococha a 3980 de altitude, a maior altitude que cheguei. De Huaraz fui para Trujillo, que é o centro para ir para alguns outros sítios arqueológicos como: Chan Chan, Huaca de la Luna e Huaca del Arco Íris, que são basicamente construídos em terra, e também para Hunchaco, praia do Oceano Pacífico.
Cathe(IME Violão): Qual as cidades que você achou mais interessante?
Ciliana: Gostei de visitar todas, não tem uma que foi melhor, mas eu gosto do “desenho” da cidade espanhola e as que mais se parecem com as cidades espanholas, a meu ver, são Trujillo e Cusco, além de Lima, é claro. Nelas as praças são enormes e retangulares e tudo vai se desenvolvendo no seu entorno.
Cusco tem um padrão de construção mais antigo e o estilo do peruano que vive nessa região é mais próximo do que normalmente se conhece pelo mundo, por exemplo a forma de se vestir com roupas coloridas e com cores fortes. Enquanto que Tujillo é uma cidade mais moderna e os peruanos têm um estilo de vestir parecido com o Brasil.
Cathe(IME Violão): O deslocamento interno no país é muito caro?
Ciliana: Não, o transporte não é muito caro. Desloquei-me de Lima até Cusco de avião por U$ 160,00 ida e volta! Só o trem em Machu Picchu que foi caro, trem este que era específico para turistas. O deslocamento por trem custou U$240,00. Soube depois que poderia ter saído de Ollantaytambo, que fica mais perto de Machu Picchu, e teria pago bem menos, de trem ou outro meio de transporte, como de táxi.
Cathe(IME Violão): E o deslocamento dentro da cidades?
Ciliana:Em todas as cidades há muitos táxis e em qualquer lugar pode-se pegar um táxi por 3,00 a 5,00 soles, para deslocamentos curtos, o valor fica a cargo da negociação com o motorista pois não tem taximetro.
Cathe(IME Violão): O que você achou dos preços e do ambiente dos restaurantes, hotéis e pousadas por lá?
Ciliana: Não foi caro comer lá e achei que os restaurantes têm um ambiente legal, as pousadas também, até as mais simples têm um ambiente aconchegante, pelo menos as que estive.
Cathe(IME Violão): A gente sabe que o Peru é rico em artesanato. É fácil de encontrar? É muito caro?
Ciliana:Existem muitas feiras em todas as cidades. Em Cusco me informaram sobre um Mercado de Artesanato, que eu não tive tempo de conhecer. Em vários lugares que visitei tinha paradas rápidas para comprar artesanatos locais. Os preços de quase tudo é bem baixo.
Cathe (IME Violão): Qual o conselho/sugestão que você deixaria para os próximos que queiram visitar este país?
Ciliana: Se forem para Machu Pichu vejam se há táxi que vá até lá e se é vantajoso fazer o trajeto de táxi ou outro meio, mas que não seja por meio do trem que considero ter um valor acima do que deveria ter (U$240,00).
Cathe (IME Violão): Foi uma conversa maravilhosa que tive com Ciliana e, literalmente, mergulhei no Perú! Ela tirou várias fotos de lá e algumas estão aqui!O IME Violão agradece a colaboração de Ciliana e espera que tenha ainda outras entrevistas a realizar.
Do Peru, Ciliana trouxe um grão super energético típico da região, Quinua, o qual vi de perto e estava super curiosa para conhecer, só falta experimentar...Trouxe ainda um pó de preparo instantâneo de um suco chamado Chincha, feito de uma espécie de milho roxo, e eu pude ver de perto um grão deste milho, que de tão roxo é quase preto! Ela me mostrou uma lata do leite concentrado (tipo leite condensado) que os peruanos consomem, e que trouxe, pois, achou curioso. O leite é mais consistente que o nosso leite líquido e menos consistente que o leite condensado.
Vocês mochileiros, aproveitem bem essas informações e boa viagem!