Para quem vem do Colégio Nossa Senhora da Soledade, como eu, já está acostumado a desde pequeno participar da comemoração da Independência da Bahia, referente à vitória dos brasileiros no dia 2 de julho de 1823, seja desfilando e cantando ou apenas assistindo.
A comemoração inicia-se no dia 1° de julho, nas diversas cidades do interior da Bahia, tais como Cachoeira, Santo Amaro, Candeias entre outras. Uma tocha é levada pelos moradores de cada cidade em direção à Pirajá, que foi o palco do acontecimento da batalha mais sangrenta dessa luta. Já no dia 2 , os festejos iniciam no Largo da Lapinha, por volta da 9 h, com desfiles de diversas instituições e colégios. Neste largo está presente o Pavilhão 2 de julho, de onde saem a cabocla, Catarina Paraguaçú, e o caboclo, que desfilam por último levando as pessoas em direção ao Campo Grande.Além do Monumento aos Heróis da Independência, próximo ao Largo da Lapinha e também parte da comemoração, está o Largo da Soledade, no qual está o monumento em homenagem à Maria Quitéria e onde localiza-se o tal Colégio Nossa Senhora da Soledade, antigo convento e frente ao qual já fiz muitas homenagens aos heróis desta luta e onde aprendi a gostar de fazer parte desta história.Foi também onde aprendi que hoje comemoramos algo que para muitos baianos custou sangue, suor e até vidas.Infelizmente, a cada ano que passa, o sentimento de luta, de homenagem, de história vai se afastando do pensamento das pessoas e como sempre tudo acaba virando uma simples festa para a maioria da população. Essa passagem da história deve servir como incentivo às diversas outras “lutas” que iremos travar para conquistar qualidade de vida e desenvolvimento para Bahia.
Um comentário:
Quando era pequeno também ia assistir ao desfile do 2 de julho. Mas geralmente ia para o Campo Grande.
Desde essa época escuto dizer que foi nesta data que o Brasil se tornou realmente independente, mas esse discurso não consegue ultrapassar as fronteiras da Bahia, quiçá do recôncavo baiano. Para todo o Brasil, a data que importa para a independência é o 7 de setembro de 1822, o resto é data de importância secundária. O que é uma pena, pois impede que se entenda toda a mudança como um processo e não como uma guinada repentina: a independência foi uma luta que se inicou antes do sete de setembro e tem como data simbólica de seu fim o 2 de julho.
Quem tem uma visão bastante interessante sobre o processo de independência é João Ubaldo Ribeiro, em seu "Viva o Povo Brasileiro".
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