quinta-feira, 26 de junho de 2008

“Olha o fogo, olha o fogaréu, queimando as pontas da palha do meu chapéu...”

Brasil x Perú


O mês de Junho é caracterizado por danças, comidas típicas, bandeirinhas, além das atrações peculiares de cada região. A festaimagem do são joão caipira no nordeste junina, que se inicia no dia 12 de Junho, véspera do Dia de Santo Antônio e se encerra no dia 29, dia de São Pedro. O ponto mais elevado da festa ocorre entre os dias 23 e 24, o Dia de São João, quando acontecem os festejos com as quadrilhas, os forrós, leilões, bingos e os casamentos caipiras.

A festa de São João brasileira é típica da Região Nordeste. Em Campina Grande, na Paraíba, e em diversos municípios do interior da Bahia, a festa junina atrai milhares de pessoas. A canjica e a pamonha são comidas tradicionais da festa na região, devido à época ser propícia para a colheita do milho. O lugar onde ocorrem os festejos juninos é chamado de arraial, um espaço ao ar livre cercado ou não, e onde há barracas ou um galpão adaptado para a festa.

Em Cuzco, no Peru, a data também é bastante festejada. Não por ser o dia de uma figura cristã, mas, sim por ser o dia do deus da extinta civilização inca: o SOL. O dia 24 marca o solstício, no calendário peruano , onde há o renascimento do astro após a noite mais longa do Hemisfério Sul, o que deflagra virada do ano naquela região. Este simbolismo é considerado, desde a época dos incas, um dos mais importantes acontecimentos locais e é registrado, até hoje, através do ritual de devoção ao Sol chamado de Inti Raymi. Em outras palavras, é a tradicional Festa do Sol, o réveillon dos peruanos que atrai e diverte anualmente milhares de turistas.

Realizada num pátio entre as ruínas de Sacsayhuamán, um sítio arqueológico localizado a 3,5 quilômetros da cidade de Cuzco, a festa está entre uma das mais importantes do Peru. O evento é aberto com uma apresentação cênica e reúne mais de 300 atores que dão início aos festejos no início da manhã do dia 24 com um espetáculo de cerca de 3 horas de duração. Todos os participantes, além do público local, vestem-se com roupas e adereços semelhantes aos usados pelos incas, que adoravam o ouro e a prata. A festa, no entanto, dura o dia todo.

O espetáculo é dividido em partes. Primeiro, o culto: Inti Raymi. Depois, o sacrifício de duas lhamas para oferenda ao Sol e representando a sorte do novo ano que se inicia. Os animais eram sacrificados em um templo, onde hoje está o Convento de Santo Domingo, um dos mais antigos do Peru.
Após os sacrifícios, são oficialmente decretadas as festividades na cidade de Cuzco. Muita música folclórica, dança, comidas típicas, feiras de artesanato e outros espetáculos teatrais são os atrativos da ocasião que só termina 3 a 4 dias depois do Inti Raymi.

O interessante é que os habitantes envolvem-se com todos os preparativos e, até mesmo os turistas participam da produção da festa, colaborando na decoração da cidade. Apesar dos colonizadores espanhóis terem demolido grande parte das construções incas, Cuzco ainda resguarda muitas ruínas da antiga civilização, erguida há cerca de 1.100 A.c. Curtir as comemorações da Festa do Sol é mais uma opção para quem já curtiu muito o divertido São João brasileiro e quer curtir algo bem diferente.

Um comentário:

Cathe Brandão disse...

Enquanto nós comemoramos o São João com muito frio e chuva. Os peruanos fazem a Festa do Sol, curioso, né? rsrsrsrsrsrs